Inovação é palavra-chave para quem deseja crescer e nesse quesito o plástico de engenharia é um segmento bastante promissor para a indústria de transformação nacional. Por sua alta resistência e possibilidade de substituir o metal em diversos casos, o material tem as portas abertas, principalmente, no setor automotivo, além de ser bem-visto em construção civil, acessórios esportivos, eletrodomésticos e até na produção de semicondutores. Segundo o relatório de análise da Maxiquim Market Outlook, em 2012, o consumo desse tipo de plástico no Brasil foi de 445 toneladas, sendo metade desse volume importado.
Estima-se que em 2010, cerca de 7.500 transformadores já atuavam com o plástico de engenharia, tendo até hoje o mercado automotivo como um verdadeiro propulsor de suas atividades. Máquinas agrícolas, ônibus e carros individuais utilizam peças desse material em motores e outros componentes, garantindo um produto duradouro e de qualidade. A pesquisa também mostra o faturamento positivo em relação ao plástico de engenharia: no mesmo ano, essa especialidade foi responsável por mais de 10% do faturamento dos distribuidores.
Isso aponta uma grande oportunidade para a indústria transformadora trilhar um novo caminho na produção de materiais a partir do plástico de engenharia, com possibilidade de atingir, inclusive, o mercado internacional. “O plástico de engenharia nacional tem sido comparado, em termos de qualidade, ao mundial. Com isso, abre-se um leque muito grande de oportunidades nas diferentes áreas de utilização do material”, acredita Tatiana Rocha, coordenadora do curso de graduação em Engenharia de Materiais da Unisinos. Ela lembra que junto desse panorama surge também o desafio de entender o mercado internacional e focar na área de maior interesse.
O desafio para o setor, entretanto, é encontrar o equilíbrio entre qualidade e preço para, então, aumentar o apelo competitivo diante de grandes fornecedores como China e Estados Unidos. Assim, a indústria transformadora poderá crescer e se estabelecer no mercado nacional para trilhar oportunidades em outros países. A inovação com o plástico de engenharia também ganha pontos com o meio ambiente, já que o material tem sido preferido por empresas que trabalham fortemente o apelo sustentável em seus produtos e marcas.
Atualmente, o plástico de engenharia pode ser produzido com as resinas ABS (acrilonitrila butadieno estireno), poliamida 6, 6.6; PC (policarbonato); POM (poliacetal); PPO (polióxido de fenileno); PPS (polissulfeto de fenileno); SAN (estireno acrilonitrila); UHMWPE (polietileno de ultra alto peso molecular), além de misturas (ABS/PA, ABS/PC, ABS/SAN e ABS/PVC), apesar de algumas ainda não serem produzidas no Brasil. No entanto, o nível de produção em nosso País vem ganhando espaço e mostrando capacidade de competir em um mercado promissor e inovador.